Jul 13, 2016

[auto-residência] campo eletromagnético (transdução) onda sonora

Características Elétrico-Sonoras de todas as fontes

1 - Nokia - Agudíssima
- 3348Hz (G#)
- Hiper Agudo
- senoidal
Input: Bivolt - 50/60Hz - 0.1A
Output: 5Volts - 100 mA

2a - Nokia  - Aguda
- 1456Hz (F#)
- Agudo
- Senoidal
Input: Bivolt - 50/60Hz - 0.1A
Output: 5Volts - 100 mA

2b - Genérica - Aguda
- 1309Hz (E)
- Agudo
- Senoidal
Input: Bivolt - 50/60Hz - 0.1A
Output: 6Volts - 300 mA

3a- Lenox - Médio-Agudo
- 978Hz (B)
- Médio-Agudo
- Senoidal
Input: Bivolt - 50/60Hz - 0.6A
Output: 5Volts - 2A

3b- Samsung - Médio-Aguda
- 845Hz (G#)
- Médio-Agudo
- Senoidal
Input: Bivolt - 50/60Hz - 0.2A
Output: 4.2Volts - 400 mA

4a- Nokia - Aguda
- 1037Hz (C)
- Agudo
- Senoidal
Input: Bivolt - 50/60Hz - 0.15A
Output: 5.7Volts - 800 mA

4b- Nokia - Médio - Drive - OSC
- ?Hz (B)
- Agudo
- Quadrada - Oscilante
Input: Bivolt - 50/60Hz - 0.18A
Output: 5.7Volts - 800 mA

5- Moto - Médio - Triangular
- 613Hz (D#)
- Médio
- Triangular
Input: Bivolt - 50/60Hz - 0.2A
Output: 5Volts - 550 mA

6- Samsung - Média - Quadrada
- 550Hz (C#)
- Médio
- Quadrada
Input: Bivolt - 50/60Hz - 0.15A
Output: 4.75Volts - 550 mA

7- Moto - Aguda - Filtro phaser
- NoiseQuadrado
- Agudo
- Efeito Phaser
Input: Bivolt - 50/60Hz - 0.2A
Output: 5Volts - 550 mA

8- Moto whitenoise rítmica
- WhiteNoise
- Agudo
- Whitenoise
Input: Bivolt - 50/60Hz - 0.15A
Output: 5Volts - 850 mA

9- Moto rítmica
- + - 1000Hz (B) com pedal grave
- Agudo / Grave
- Quadrada Oscilante
Input: Bivolt - 50/60Hz - 0.2A
Output: 5.1Volts - 850 mA


E a transdução, como funciona?  O que torna cada campo eletromagnético perceptível sonoramente como mais agudo ou mais grave? A voltagem, a corrente, o tamanho da bobina dentro, o fato dela ser em série ou paralela, original ou genérica?

Experimento 01: Duas fontes idênticas de mesmo Input/Output soam diferentes.

Experimento 02: Fontes com output de voltagem entre 4 e 6 Volts por vezes soam mais graves, por vezes mais agudas. Não há um padrão. Uma fonte de voltagem mais alta e corrente mais baixa pode soar como uma de voltagem mais baixa e corrente mais alta.

Experimento 03: Fontes de input de voltagem identicas não soam identicas.

Conclusão: nenhuma por enquanto. Acho que está relacionado a combinação entre todas as variáveis de input e output + materiais utilizados, componentes, isolamento, tamanho da bobina.




Jul 12, 2016

[auto-residência] 2- receber e transmitir por interferência campos eletromagnéticos.

Quais campos eletromagnéticos serão utilizados dessa vez?
Catálogo das fontes de celular / tablet / multi-uso.





































Jul 11, 2016

[auto-residência] 1- Os rádios

As possibilidades de utilização dos radinhos:

1) receber informação transmitida intencionalmente.

Como funcionarão em Belo Horizonte? Rádios AM-BH




Jul 4, 2016

[auto-residência] Dia 1 - Resistindo a TPM e fingindo estar interessada em minha pesquisa.

Aqui estamos, já que o texto anterior foi de desabafo, vamos trabalhar agora né? Vamos resgatar o que será pesquisado nessa semana. A auto residência foi um ato na verdade desesperado de me conectar com "A Tensão" esse ano. Me dei essa semana de TREGUA de todos os assuntos dramáticos do mundo e da vida para fazer esse trabalho já que é um trabalho que 1-adoro e me acompanhou ao longo de 2015 inúmeras vezes quando ainda em SP, cercada pela rede fértil de música experimental e incentivo-feminista-sonoro e 2- é a única perspectiva de trabalho pago até o segundo semestre.

Agora aqui, descontextualizada em Belo Horizonte, e sobretudo, mais preocupada com minhas próprias investigações e desconstruções afetivo-amorosas do que artístico-musicais, tento me concentrar para realizar esse trabalho tão asincrônico com meu coração/corpo/intelecto nesse momento. Dei uma folheada no blog do processo de criação do trabalho para resgatar algumas motivações e intenções:

- outras relações com tempo, escuta, propostas de escuta.
- o gesto na dimensão da performance (não apenas o que tocar mas como tocar).
- o som e o ruído ampliados no sentido da percepção e do afeto e não da ampliação da percepção forçada pelo aumento do volume. 
o rádio como instrumento sonoro mediador/transdutor de campos eletromagnéticos
- a composição e a performance como estratégia e metodologia de investigação artística de um objeto.
- a partitura como roteiro possível dessa investigação.
- iluminação dos trabalhos/performances


Sobre eletromagnetismo e ondas de rádio utilizadas com intenção sonoro/musical:

Basicamente estamos falando das possibilidades sonoras implicadas no uso de imãs, alto falantes, captadores de guitarra e rádios para escuta e manipulação de sons induzidos por campos eletromagnéticos. Toda corrente elétrica gera um campo eletromagnético ao seu redor. Esse campo magnético é proporcional à intensidade da corrente, isto é, quanto mais intensa for a corrente elétrica que percorre o fio, maior será o campo magnético produzido a sua volta. Ou seja, basicamente se tivermos algum equipamento sonoro capaz de receber a eletricidade gerada via indução eletromagnética ou "sentir" esse campo eletromagnético", podemos sonorizar ou sonificar essa informação. Ouvir a intensidade dos campos que passam pelos equipamentos, fios, circuitos elétricos, lâmpadas, etc. Quais equipamentos sonoros são esses capazes de "sentir" campos eletromagnéticos e transformar suas variações de energia em corrente elétrica, logo, em som? Sim: guitarras, captadores, rádios, alto falantes.






[auto-residência] dia 1 - TPM anti-criativa

A arte e a música são um privilégio. Não adianta negar. Quem não tem algum tipo de privilegio temporário ou permanente da escala do espaço/tempo/dinheiro não os faz. Não é exatamente sobre ter ou não ter dinheiro porque essa situação pode ser permanentemente/temporariamente resolvida para qualquer um de maneira a abrir uma possibilidade na vida de realizar trabalhos artísticos. Pode ser algo experimental, vital, comercial, militante, desabafante, visceral, técnico, formal, nihilista, etc. O que na minha opinião é um privilégio de se fazer arte/música independente da técnica, estilo, ferramentas, intenções é na verdade a relação com O TEMPO/ESPAÇO físico/emocional. Em qual sentido? No sentido de se conseguir por algum motivo permanente ou temporário gerar um espaço/tempo para criar algo ou se relacionar com alguma idéia.

Criar arte/música não é algo que se faz em 5 minutos, durante um cigarro, depois de um DR relacional, no intervalo de almoço do seu trabalho, enquanto se limpa as fezes do cachorro, do gato, do bebê, da própria bunda. Não há espaço enquanto você se preocupa com as contas da sua mãe, com a saúde da sua tia, com o assassinato do travesti noite passada, com como as pessoas te olham quando você existe na rua, com o dinheiro da semana que vem, com cozinhar algo equilibrado, com as obras de viadutos superfaturadas, com responder o messenger, rulminar o amor que você sentiu noite passada, ouvir os problemas dos amigos na mesa da cozinha, dobrar as roupas que se rebelam contra o feng shui.

O relacionamento com fazer arte/música já começa no processo de se libertar dessas amarras para gerar espaço para refletir e se relacionar com um objeto, um som, um corpo, uma cor, um desejo. A partir daí, se você conseguir gerar espaço/tempo/emocional/físico para se envolver nessa investigação, já considere-se adentrando o universo dos privilegiados. Por outro lado, prepare-se, pois toda a alegria, auto-estima e prazer gerados por essa prática e investigação, em 90% dos casos, cairá por agua a baixo brevemente. Em primeiro lugar porque sempre vai ter alguém que não saberá fazer sua crítica de maneira construtiva e vai de cara detonar sua auto-estima, referências e intenções caso não sejam as mesmas que as delx; em segundo lugar, depois de consumada a pesquisa, aliás, até antes disso, você já se sentirá não beneficiando ninguém além de si mesma (e olhe lá) com essa prática e portanto, vendo apenas futilidade nesse processo; por último, você sentirá raiva das pessoas que conseguem simplesmente realizar arte/música com a consciência limpa/suja e raiva de si mesmx por não ser essa pessoa tranquila, nem temporariamente. Como agora.

BROXANTE




Mar 15, 2015

[Residência] [processo] A Tensão.04 - Radiação e música eletromagnética: experimentações musicais/sonoras/artísticas com rádios e bobinas.


A partir da compreensão das ondas e campos eletromagnéticos como produtores/geradores de som podemos incluir, além de instrumentos específicos (como o telharmonium e theremin) objetos e equipamentos que utilizam ou se contaminam com o princípio das ondas eletromagnéticas para por exemplo:

1) receber informação transmitida intencionalmente.

2) receber e transmitir por interferência campos eletromagnéticos.
3) fazer mapeamento de áreas onde ocorrem essas ondas

O rádio é sem sombra de dúvidas o mais popular, low-fi  e versátil sensor de ondas eletromagnéticas de todos os tipos! Ele pode tanto receber ondas de rádio naturais como as VLF presentes em tempestades ou fenômenos atmosféricos como as artificiais tipo AM e FM. Outra potencialidade dele é que pode se contaminar via interferência por campos eletromagnéticos de curta distância (como celulares, fontes de energia, transformadores, luzes, etc.).


Logo, o rádio se torna um instrumento muito completo passível de manipulação instrumental intencional (com gestos, articulações, dinâmica, etc) mas também com um adendo importante que é a origem dos sons que o alimentam. O material sonoro é externo e podemos através dele escutar crítica e socialmente a sociedade, fazer recortes em seus discursos, sintonizar ou gerar ruídos e interromper suas mensagens.

1) Experimentos com rádio - receber informação transmitida intencionalmente.


John Cage
Foi um compositor americano (1912-1992) que também era filósofo, escritor e artista. Cage foi pioneiro no uso de indeterminismo na música, música eletroacústica e uso não tradicional de instrumentos musicais. Sendo uma das figuras chave das vanguardas pós-guerra e determinante para as transformações musicais da música da segunda metade do século XX.

"Radio Music" 1956

Durante a década de 50 a televisão era apenas uma criança enquanto o rádio estava chegando ao fim da sua era dourada. Radio Music é uma peça para 8 rádios e foi composta usando combinações de frequências a partir da teoria da probabilidade. A partitura indica 56 frequências diferentes entre 55 e 156kHz, notadas com números e letras. De "A" a "H" os performers seguem uma sequências de sintonias de rádio (números) e silêncio (linhas). Obviamente a cada performance o resultado do conteúdo das estações é diferente.




















Performance de Radio Music pela International Contemporary Ensemble

https://vimeo.com/53527521

"Imaginary Landscape No4" 1951

A série de paisagens imaginárias foram escritas para instrumentos tradicionais e instrumentos que requerem eletricidade e a idéia foi criar paisagens imaginárias, porém, ao mesmo tempo, indicadoras de um futuro por vir onde sons urbanos, de instrumentos, eletrônicos e rádios seriam uma paisagem sonora comum nas grandes cidades. Na paisagem número 4 são utilizados somente rádios, um total de 12, tocados por 24 performers (cada dupla toca um rádio). A partitura fornece indicações de sintonia (controlada pelo player 1) e de volume (controlado pelo player 2). As combinações dos dois parâmetros para gerar a peça com articulações de duração e dinâmica foram geradas através de probabilidades extraídas do I Ching. Ou seja, essa peça utiliza de maneira mais tradicional a partitura e os parâmetros musicais, incluindo o pentagrama, a fórmula de compasso e a presença de um regente. Contudo, a cada performance o resultado, como em Radio Music, é diferente porque as estações não são pré definidas e incluem também estações vazias e ruído branco.




















Performance Mostra Sounds Like Silence da Hartware MedienKunstVerein de Dortmund.

https://vimeo.com/49007247

FM Keyboard v.1.0 de Vasco Alvo
Um instrumento híbrido de teclado e rádios. 12 rádios são desmontados remontados conectados em uma oitava de um teclado. Cada uma das 12 teclas controla o ligar e desligar dos rádios sintonizados em estações FM. Dessa maneira, ao tocar o teclado você liga e desliga os rádios que cada hora estarão tocando coisas diferentes. Ou seja, você pode usar a tocabilidade ou analogia de notas e acordes para tocar as estações.















FMKeyboard ao vivo.

https://www.youtube.com/watch?v=rTx3P4XbxeY#t=71

2) Receber e transmitir por interferência campos eletromagnéticos.


O comprimento do fio de cobre enrolado nas bobinas é o que afeta sua sensibilidade a diferentes frequências do campo eletromagnético. É por isso que o dial do rádio é ajustável e móvel, para ajustar o comprimento do fio, logo das ondas, que ele vai conseguir sintonizar. Esse conhecimento é importante para compreender a construção artesanal de captadores de campos eletromagnéticos. 

As chamadas V.L.F (very low frequenciy) são ondas de rádio naturais-atmosféricas que podem ser captadas e medidas por instrumentos específicos mas também com bobinas feitas em casa. Como são frequências muito graves, ou seja, com comprimento de onda muito grande, é necessário enrolar muitos metros de fios de cobre em um pedaço de madeira grande para gerar a bobina que consegue sintonizar os V.L.F. De aficionados por noise e eletrônica D.I.Y, aos estudiosos de field recording extremo e metereologistas amadores, esse tipo de onda "selvagem" é difícil de ser ouvida pois é encoberta facilmente pelas cidades. É necessário ir locais remotos para ouvir a energia eletromagnética que cruza o céu. A experiência Sui Generis de escuta de ondas V.L.F são as tempestades elétricas, chuva de meteoritos e a aurora boreal.


Lauren Carter e Joe Grimm: experimentos com pipas e V.L.F.



















Para ver e ouvir o experimento:

https://www.youtube.com/watch?v=4YgAi4eiU7U

Boas histórias e experimentos dos primórdios da computação musical são as de que se colocavam rádios sobre os processadores dos computadores antigos e eram escritos programas com instruções cíclicas. Esses ciclos eram calculados de maneira a emitir uma sequência de tarefas no processador cuja emissão eletromagnética gerava padrões sonoros que eram captados pelos rádios.


Infelizmente não consegui encontrar exemplos desses aparatos na internet porém, no livro Handmade Electronic Music*, Nicolas Collins menciona a instalação de Gert-Jan Prins e David First na exposição "Sub-V" no laboratório STEIM em Amsterdam como uma recriação dos processos acima. 


*Capítulo 1 - Circuit Sniffing: Eavesdropping on Hidden Magnetic Music, pág.15.



3) Fazer mapeamento de equipamentos e rotas na cidade onde ocorrem grandes concentrações dessas ondas.

Por volta dos anos 70 a artista alemã Christina Kubisch começou a usar indução eletromagnética para transmitir campos sonoros em fios que ela organizava em espaços e salas de exibição de maneira a formar labirintos sonoros. Eles eram montados em instalações onde as pessoas caminhavam pelos labirintos com fones especialmente feitos para captar esses campos eletromagnéticos.  em 2003 ela deu início a uma outra série de instalações site-specific chamada "Electrical Walks". Dando seguimento a pesquisa de décadas anteriores, os fones agora já bem mais desenvolvidos são utilizados para escutar "marcos sonoros" nas cidades resultantes de sinais eletromagnéticos emanados de fios de energia, postes, maquinaria pesada, portas automáticas, caixas eletrônicos, elevadores, etc. Esses marcos são vasculhados e mapeados e em seguida, experimentados pelas pessoas que com os fones, seguem os mapas das Electrical Walks.


Sound Labyrinths - 1970 


 























E abaixo, as Electrical Walks com mapa:

Mar 11, 2015

[Residência] [processo] A Tensão.03 - sobre eletromagnetismo e ondas de rádio utilizadas com intenção sonoro/musical

Já havia realizado trabalhos antes com radinhos, sensores e outros tipos de imãs para captar campos eletromagnéticos. O que deixou a desejar nesses trabalhos foi a possibilidade de lidar de fato com o som de tais objetos e não apenas com a capacidade de detectar e servir como sensor low-tech de campos eletromagnéticos.

As possibilidades sonoras implicadas no uso de imãs, alto falantes, captadores de guitarra e rádios para escuta e manipulação de sons induzidos por campos eletromagnéticos é infinita e de fato muito utilizada tanto na música experimental, noise, contemporânea quanto nos trabalhos/propostas do campo da arte sonora como as instalações ou caminhadas sonoras.

Primeiro, uma introdução básica:

Campos Eletromagnéticos


Toda corrente elétrica gera um campo eletromagnético ao seu redor. Esse campo magnético é proporcional à intensidade da corrente, isto é, quanto mais intensa for a corrente elétrica que percorre o fio, maior será o campo magnético produzido a sua volta.  Alguns geradores utilizam esse princípio para gerar energia induzida magneticamente por um imá, dínamo ou bobina mas também obtemos campos eletromagnéticos resultantes de qualquer movimento de corrente elétrica. Ou seja, basicamente se tivermos algum equipamento sonoro capaz de receber a eletricidade gerada via indução eletromagnética ou "sentir" esse campo eletromagnético", podemos sonorizar ou sonificar essa informação. Ouvir a intensidade dos campos que passam pelos equipamentos, fios, circuitos elétricos, lâmpadas, etc. Quais equipamentos sonoros são esses capazes de "sentir" campos eletromagnéticos e transformar suas variações de energia em corrente elétrica, logo, em som? Sim: guitarras, captadores, rádios, alto falantes, basicamente qualquer equipamento que tenha bobinas e que exista a possibilidade de "puxar" uma saída de audio dela.

Ondas Eletromagnéticas ou ondas de Rádio 

As ondas são pulsos energéticos que se propagam no espaço transportando energia e podem ser de dois tipos: mecânicas (como as ondas sonoras) ou eletromagnéticas (como a luz e as ondas de rádio, tv, raio-x, ultrasom).  As ondas eletromagnéticas são criadas a partir da interação entre um campo elétrico e um eletromagnético. Elas podem ocorrer naturalmente em fenômenos naturais como tempestades e auroras boreais ou de maneira artificil, partindo de modulações em suas propriedades como amplitude ou frequência, de maneira a serem capazes de carregar informações ou dados. No caso desse exemplo, modulações de amplitude são as famosas rádios AM e modulações na frequências as rádios FM.

Primeiros instrumentos baseados nesses processos: transformando tons, sinais, corrente elétrica e ondas eletromagnéticas em sons.

O Telharmonioum é o primeiro caso, onde a eletricidade gerada pelo movimento de um dínamo é traduzida em som (notas) a partir da recepção de diferentes variações de voltagem. O segundo caso é o Theremin, que utiliza modulação de campos eletromagnéticos via ondas e antenas de rádio para gerar as notas.

TELHARMONIUM ou DYNAMOPHONE (considerado o primeiro sintetizador) - 1897

Era um instrumento com 153 teclas onde cada uma tinha uma "tonewheel" ou bobinas de diferentes tamanhos de maneira que cada uma produzia uma corrente elétrica diferente, ou seja, convertido em ondas sonoras, um tom diferente. Dessa maneira, os tons eram transmitidos por fios e se utlizam cones de papel ou telefones para escutar. Nessa época ainda não existiam alto falantes. Era costume na época transmitir concertos via telefone pois ainda não existia rádio mas já existiam gravações. No entanto, se pode imaginar a quantidade de linhas cruzadas e interferências que aconteciam nesses procedimentos! Além do mais, o Telharmonium pesava 200 toneladas e ocupava todo um andar de um prédio em Nova York, o estúdio de seu inventor Thaddeus Cahill. Os dinamos ficavam no andar de baixo e eram conectados a um teclado no formato orgão no andar de cima, através do qual era controlado.

"Its immense size, weight and power consumption (this being in an age before vacuum tubes had been invented) caused obvious problems. In addition, problems began to arise when telephone broadcasts of Telharmonium music were subject to crosstalk and unsuspecting telephone users would be interrupted by strange electronic music. By 1912, interest in this revolutionary instrument had changed, and Cahill's company was declared not successful in 1914.[3]"














Bobina do Telharmonium















Sala de apresentações com o orgão controlador

















Sistema de transmissão dos tons e sinais

Não existe nenhuma gravação do Telharmonioum ou registro do som original. Era descrito como "puro" e "limpo" com tons/notas como as do teclado mas também haviam bobinas extras para acrescentar harmônicos as notas para complexificar o som "puro" estilo flauta, clarinete ou violoncelo que diziam ser o desse instrumentos!

Para mais informações, existe também este documentário não exatamente bom mas informativo:

The Magic Music of The Telharmonioum

THEREMIN

O Theremin foi criado em 1920 pelo físico Leon Theremin como resultado de experiências com sensores de proximidade patrocinadas pelo governo russo. O sucesso do experimento foi tal que Leon saiu em tours pela Rússia, patrocinado por Lenin, para divulgar seu instrumento e consequentemente os avanços da ciência e tecnologia russas. Ele foi para os Estados Unidos e por lá ficou por alguns anos onde o Theremin foi comprado e fabricado pela RCA e partir daí, grandes músicos e musicistas o assumiram como instrumento. A mais famosa delas foi Clara Rockmore, uma virtuosa do violino desde os 5 anos de idade que tocou como ninguém esse instrumento mágico-fantasma como ficou conhecido na época, afinal, é o único instrumento que é tocado sem ser "tocado", encostado.

O princípio original do Theremin são ondas de rádio moduladas por duas antenas. Elas criam um campo eletromagnético que ao ser alterado consegue-se as variações de volume e tom.  Essas variações acontecem pelo movimento das mãos se afastando ou aproximando (sem tocar) as antenas.




















Clara Rockmore - 1925

Existem vários outros exemplos que utilizam essas tecnologias mas esses dois são os primeiros e mais clássicos! Poderíamos citar também entre os clássicos:

- Terpistone de 1934 (também inventado por Leon Theremin como um theremin para dança, para ser tocado com os pés)
Ondes-Martenot de 1928
Electronde de 1929 
Croix Sonore de 1924

Surpreendentemente a página da Wikipedia sobre o Theremin é maravilhosa e contém muuuitos outros exemplos: http://en.wikipedia.org/wiki/Theremin