Agora aqui, descontextualizada em Belo Horizonte, e sobretudo, mais preocupada com minhas próprias investigações e desconstruções afetivo-amorosas do que artístico-musicais, tento me concentrar para realizar esse trabalho tão asincrônico com meu coração/corpo/intelecto nesse momento. Dei uma folheada no blog do processo de criação do trabalho para resgatar algumas motivações e intenções:
- outras relações com tempo, escuta, propostas de escuta.
- o gesto na dimensão da performance (não apenas o que tocar mas como tocar).
- o som e o ruído ampliados no sentido da percepção e do afeto e não da ampliação da percepção forçada pelo aumento do volume.
- o rádio como instrumento sonoro mediador/transdutor de campos eletromagnéticos
- a composição e a performance como estratégia e metodologia de investigação artística de um objeto.
- a partitura como roteiro possível dessa investigação.
- iluminação dos trabalhos/performances
Sobre eletromagnetismo e ondas de rádio utilizadas com intenção sonoro/musical:
Basicamente estamos falando das possibilidades sonoras implicadas no uso de imãs, alto falantes, captadores de guitarra e rádios para escuta e manipulação de sons induzidos por campos eletromagnéticos. Toda corrente elétrica gera um campo eletromagnético ao seu redor. Esse campo magnético é proporcional à intensidade da corrente, isto é, quanto mais intensa for a corrente elétrica que percorre o fio, maior será o campo magnético produzido a sua volta. Ou seja, basicamente se tivermos algum equipamento sonoro capaz de receber a eletricidade gerada via indução eletromagnética ou "sentir" esse campo eletromagnético", podemos sonorizar ou sonificar essa informação. Ouvir a intensidade dos campos que passam pelos equipamentos, fios, circuitos elétricos, lâmpadas, etc. Quais equipamentos sonoros são esses capazes de "sentir" campos eletromagnéticos e transformar suas variações de energia em corrente elétrica, logo, em som? Sim: guitarras, captadores, rádios, alto falantes.